Já estive em Berlim e fiz um post sobre um passeio a pé pela capital alemã, mas agora é a vez de conhecermos as cidades mais ao sul, vamos conhecer a Baviera!
VAMOS COMEÇAR PELA LINDA MUNIQUE?
Munique é a capital da Baviera e a terceira maior cidade alemã. Seus primeiros habitantes foram os celtas e os romanos, mas pouco se tem da arquitetura desses povos nos dias de hoje.
Seu nome significa terra dos Monges por naquelas terras existirem muitos mosteiros, abadias,… e por estes recepcionarem peregrinos que estavam indo em direção a Roma. Munique era parada obrigatória nas antigas rotas de peregrinação.
MUITA HISTÓRIA ENVOLVIDA
Já na segunda guerra mundial Munique foi duramente bombardeada, de acordo com as informações históricas cerca de 66 vezes. Uma cidade arrasada mas não descrente do futuro, a partir dali quase tudo foi reconstruído com as mesmas características arquitetônicas de antes. Diferente de Frankfurt que se modernizou, Munique reuniu forças e se levantou, conservando sua característica mais alemã do que nunca.
Munique era a cidade preferida de Hitler e reduto do Partido Nacional Socialista, mas pouco se vê dessas referencias na cidade, só se você estiver atento as placas contando o que aconteceu naquele prédio na época do nazismo, pois nas reformas, toda e qualquer suástica encontrada era retirada e o prédio se transformava em museus, universidades e institutos públicos. A prefeitura, mesmo contra a opinião publica, restaurava os prédios com as mesmas características e dava a eles uma importância bem maior e mais humana.
Pouquíssimos prédios ainda conservaram suásticas em suas decorações, mas ainda podemos vê-las no teto da Casa das Artes, que foi um museu criado por Hitler para guardar a divina Arte Alemã. Vemos uma fileira delas num mosaico no teto da sua entrada. Pra quem não sabe ele amava artes, e até mesmo pintava quadros e os vendia muito antes de entrar pro exército.
Outra coisa bem interessante que podemos ver ao andarmos pelas ruas de Munique são uns quadrados dourados no chão que marcam o lugar aonde vítimas do holocausto viviam ou trabalhavam.
Mas vamos ao que fizemos por lá, pois Munique tem muito mais a oferecer do apenas histórias nazistas.
O ROTEIRO
1º dia
Ficamos hospedados num hotel bem próximo a Karl Platz, uma praça com um chafariz imenso e em frente a um dos antigos portões medievais da cidade, sim, Munique ja foi uma cidade murada. O Karlstor foi erguido a mando do Rei Ludwig no século XIII, e essa praça é um oásis em pleno verão europeu que pode chegar a 40 graus.

Karlplatz
Entrando pela muralha ali atrás do chafariz vemos a Neuhauser Strasse, uma rua só de pedestres com lindos casarões, lojas, restaurantes e igrejas, destaque pra cervejaria Augustinerbräu, a mais antiga cervejaria daqui, fundada em 1328 pelos padres agostinianos.

Cervejaria Augustiner
Mas como assim, padre fazendo cerveja? É isso mesmo, naquela época era mais seguro você dar cerveja as pessoas do que água, isso porque a água era muito contaminada naquela época e até as crianças tomavam cerveja.
Um pouco mais a frente avistamos uma igreja linda, fomos logo conhecer porque, pra mim, igrejas são maravilhosas contadoras de história, e considerando que na época medieval a igreja mandava tanto ou até mais que os reis.

Igreja São Miguei

Igreja de São Miguel
Esta é a Igreja de São Miguel, a St Michael Kirche, e é a maior igreja renascentista do Norte dos Alpes. A Sua abobada já foi considerada a maior do mundo. A bela estátua em bronze do Arcanjo São Miguel representa a luta pela fé e a extinção do mal em toda a humanidade.
Lá nessa igreja também podemos visitar a cripta com os túmulos de Maximiliano I, o Rei Oto da Baviera e o Rei louco Ludwic II, o que construiu Neuchwanstein (aguardem os próximos posts sobre o castelo que inspirou Walt Disney pra fazer o castelo da Bela Adormecida).

Túmulo do Rei Ludwic II
Continuando o passeio fomos até a Odeon Platz que é uma praça construída com inspirações florentinas e cheia de historia pra contar. Chegamos lá já nos deparamos com a imponente construção com 3 arcos muito parecida com a Loggia de Lanzi na Piazza dela Signoria em Florença na Itália.

Monumento aos Generais.
Foi aqui que Hitler entrou em confronto com policiais resultando em sua prisão durante 5 anos, e era aqui que Hitler depois de ser eleito chanceler reunia milhares de pessoas para seus discursos inflamados.
Hoje o monumento não tem mais a suástica e nem a águia que tinha do seu lado direito, e não mais se deve fazer a saudação nazista quando se passa lá como era obrigação de todos naquela época. Aliás, hoje se você se atrever a fazer a saudação nazista pelas ruas da Alemanha pode muito bem ser preso e pegar uma pena de 3 anos de cadeia, portanto nem brinquem com isso.
Ao lado direito vimos a imponente igreja amarela, a Theatinekirche que é o Panteão dos Reis da Baviera.
Aqui estão enterrados 49 membros da família da dinastia Wittelsbach dentre eles o primeiro Rei da Baviera.
Depois disso fomos visitar os jardins chamados Hofgarten e o lindo Templo de Diana que sempre atrai artistas e músicos pela sua maravilhosa acústica.

Templo de Diana
Passeamos sempre admirando a influência italiana nos jardins, fontes e esculturas.
Saindo de lá fomos atrás de algo intrigante, em uma rua atrás do Monumento dos Generais.
Existe no chão um desenho em pedras douradas e que se destacam. Chama-se Dodger’s Alley e na época da segunda guerra servia de fuga a quem se recusava a passar pela Odeon Platz e fazer a saudação nazista. Impressionante, mas fiquei imaginando quantos policiais disfarçados não tinha por la só observando e anotando quem se recusava a cumprir a ordem do Füher.
Seguimos até o Isator, mais um dos portões medievais da cidade, porque lá perto tem uma cervejaria histórica chamada Hofbräuhaus (cervejaria da corte).
A HB foi criada pelos duques da região no século XVI, pois não aguentavam mais pagar caro nas cervejas da Baixa Saxônia. No início ela existia apenas para matar a sede da nobreza, mais depois foi aberta ao público e todos podiam aprecia-la. Existem várias lendas na cidade sobre a cervejaria, uma delas diz que em 1823 a cidade pegou fogo e a água estava toda congelada pelo inverno, aí adivinhem como apagaram o fogo? Pois é, usaram litros e mais litros de cerveja, aí você vê a importância da bebida pra cidade.
Muitos ilustres visitantes estiveram também por lá, entre eles Mozart, a Rainha Sissi, Lenin e até mesmo o russo Gorbatchov, ah e eu também.
A cerveja principal e que mais faz sucesso por lá é a Helles, servida nessa enorme caneca chamada Mass que só ela pesa 2 quilos, sem o líquido. Acham muito? Então deixem seus queixos cairem ao ver as garçonetes todas lindas vestidas a caráter carregando 4-5 canecas cheias de cervejas em cada mão,… melhor musculação não há.
E pra acompanhar, nada melhor que comida típica Alemã, Salsicha com chucrute.
Esse é o prato pra degustarmos 3 tipos de salsicha, e ficamos tão felizes pela escolha que depois que acabou pedimos mais um. Assistimos ao delicioso show de músicas típicas e fomos nanar.
2º dia
No dia seguinte fomos passear pela Marienplatz e ver a belíssima Prefeitura de Munique, passeamos por lá pra esperar dar a hora de começar o espetáculo que faz todos pararem as 11 da manhã, a apresentação do relógio musical. (Vejam mais da apresentação no video no final desse post)
Depois fomos almoçar na Augustiner, aquela cervejaria que falei pra vocês no inicio do post.
E toma-te salsicha com chucrute e cerveja, afinal estamos na Baviera.
Saindo de lá fomos atrás da Frauenkirche que é a igreja de Nossa Senhora Bendita, a maior igreja da capital bávara.

Frauenkirche
Aqui está o enorme e impressionante túmulo do Rei Ludwic IV, o Bávaro que foi imperador Sacro Império Romano-Germanico, com impressionantes estátuas de ferro, ele não tem como passar batido, pois esta bem na entrada e é bem imponente.

Frauenkirche
Caso você goste de ter imagens do alto você tem como subir na torre dessa igreja. Eu não subi, meu fôlego não aguenta.
Depois fomos andando pelas ruas de Munique e vimos uma fachada imprensada em dois prédios e vi pessoas entrando e saindo e resolvi entrar também. E pra nossa surpresa me arrepiei toda com a nababesca Igreja de São João Nepomuceno.
Essa bela e pequena igreja foi construída por dois irmãos e era fechada ao público, até que houve uma revolta na cidade e os donos abriram pra que sua arquitetura rococó fosse apreciada.
Uma verdadeira jóia, a mais linda igreja dentre todas que conheci em Munique. Fiquei horas com coração palpitante de tanta surpresa.
Depois mais uma igreja histórica, dessa vez a PeterKircher.
A bela e mais antiga igreja de Munique e esta lá desde o século XI. Seu belo altar todo em dourado foi colocado em meados do século XVIII. Reparem nos belíssimos afrescos no teto e em curiosas imagens de santos com facas nas mãos e de Maria com uma espada cravada em seu peito.
A igreja também tem um deck de observação onde você, se tiver fôlego, sobe 299 degraus e vê a cidade de cima.
Mais um igreja que me deixou intrigada foi a Igreja do Espirito Santo e fica bem ao lado do mercado da cidade, ela era pertencente a um hospício. Reparem no altar-mor, o belíssimo retábulo que retrata a efusão do Espirito Santo. Uma beleza divinal.
Saindo de lá fomos perambular pelo Viktualienmarkt, um mercado de alimentos que desde 1805 negociava tudo o que se produzia na região, e como adoramos feiras e mercados não contamos conversa, como esse mercado é lotado de coisas deliciosas pra se comer paramos pra tomar aquela caneca de chopp no enorme e animado Biergarden.

Destaque para estas lascas crocantes de pururuca.
3º dia
Acordamos super dispostos pra fazer o passeio no ônibus de turismo e conhecer as atrações mais distantes de Munique, demos uma volta pela cidade e filmamos tudo o que vimos, o Museu BMW, o Jardim Ingles, o Parque e o Palácio Nymphenburg.
Chegou a hora do almoço.
Fomos almoçar um especial joelho de porco, uma comida típica alemã no super conceituado Restaurante Haxbauer.

Haxbauer
Aliás, quando você quiser saber se o prato contém joelho de porco saiba que a palavra Eistein estará presente na receita.

Joelho de Porco no Restaurante Haxbauer
Um manjar dos deuses, feito na brasa e casquinha a pururuca, simplesmente de comer rezando.
Seguindo pela cidade fomos passeando e demos de cara com a estátua da Julieta, sim, lá também tem, e assim como na Itália as pessoas pegam em seu peito esperando ter sorte no amor.
Passamos novamente no mercado, e depois seguimos para o enorme Biergarten da Augustine Keller, super arborizado e com um clima festivo delicioso.
E essa foi nossa viagem de 3 dias por Munique. Espero que tenham gostado e que aproveitem essas dicas quando forem a cidade.
Quer assistir os vídeos dessa viagem? Então clica aqui embaixo.
Obrigada e até a próxima cidade Alemã, um bate e volta de Munique…Até Füssen!!
Viviane Oliveira
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