Olá, caso este seja o primeiro post que você está lendo sobre Belém, sugiro que leia primeiro o do Complexo Feliz Lusitânia, pois ele conta como foi que nasceu a cidade de Belém e os museus que se encontram lá.
Já falei no post anterior que Belém foi uma das cidades mais ricas do Brasil, né? E teve seu auge no ciclo da Borracha, então continuando…senta que lá vem história.
CLICA AQUI PARA VER O PRIMEIRO POST!
CONTANDO A HISTÓRIA
Belém tinha sido escolhida para ser a Paris dos Trópicos e para tanto os Barões da borracha não economizavam seus Réis para transforma-la na mais bela cidade brasileira. Casarões, palacetes, teatros, nada ficava a dever para a bela cidade francesa. Até hoje Belém conserva muitos dos seus casarões, mas muitos estão em ruínas. Alguns são ate visitáveis. Vamos conhecer esses lugares impressionantes da nossa história?

Palacete Pinho na Cidade Velha

Palácio Antonio Lemos- Prefeitura de Belém.
São centenas de casarões e Palacetes espalhados pela cidade, a maioria deles das famílias abastadas da época, alguns estão sendo restaurados e transformados em residências ou comércios.
Vamos começar então pelos museus que tem disponíveis pra se visitar na cidade, fora os do Complexo Feliz Lusitânia que já escrevi sobre eles no post anterior.
MUSEUS
– Palácio Lauro Sodré – Museu do Estado do Pará
O Palácio Lauro Sodré é a antiga residência do Governador do Estado, chamado de Palácio do Governo, o mesmo foi projetado pelo Arquiteto italiano Antonio Landi, que tem seu nome estampado na arquitetura paraense. A residência teria sido construída no intuito de receber a Família Real Portuguesa, na época o Rei D. Jose I e toda a família Real.
O Palácio foi utilizado como sede do governo por mais de 220 anos.

Entrada do Palacio Lauro Sodré
Este palácio foi construído com o esforço da mão de obra da época: índios, negros e mulatos.

Detalhes dos mosaicos originais

Palácio Lauro Sodré
A presente arquitetura Pombalina. Percebam as belas colunas de granito, e as pinturas delicadas no teto.

Palácio Lauro Sodré
E essa é capela de onde saiu o primeiro Círio de Nazaré, creio que naquela época nem se imaginava que a procissão fosse se tornar a maior procissão do mundo ocidental, reunindo mais de 2 milhões de pessoas pelas ruas de Belém no segundo domingo de outubro.

Capela do Palácio
A Cabanagem
Algumas armas e objetos de época estão expostos. As armas foram usadas na Cabanagem, uma revolta popular e social ocorrida durante o império. A revolta ocorreu devido a irrelevância política a qual a região foi colocada por Dom Pedro I após a independência do Brasil e pela demora do processo de independência dessa região em relação a Portugal. Os cabanos tomaram o poder e o império bombardeou Belém, os cabanos foram depostos mas mesmo sem o poder continuavam a lutar. O império então usou todo seu poderio militar e massacrou mais de 30% da população paraense, estima-se que 100 mil pessoas tenham morrido nesse conflito.

Museu Cabanagem
Salão Renascença
A sala de despachos do governador, é a mais importante do Palácio. O teto foi decorado aproveitando-se o forro de aço fundido fabricado nos Estados Unidos. No roda teto a decoração de flores e frutos com faixas com datas históricas para o Estado. Nas paredes o fundo verde musgo das nossas florestas com ramos de café, a nova cultura surgida na região, concorrendo com a borracha, também nota-se a estrela símbolo da bandeira do Estado e as letras E e P- Estado do Pará.

Salão Renascença

Salão Renascença
A bela escrivaninha com o entalhe do brasão do Estado do Pará no centro.

Salão Renascença

Salão Eclético

Salão Eclético

Sala de Jantar
Esta obra chamada Conquista do Amazonas do artista Antonio Parreiras é a maior tela do Pará e conta a historia da tomada de Pedro Teixeira da região Amazônica para a coroa de Portugal. Nela podemos observar em tamanho real os índios, os portugueses, os padres franciscanos,… . A tela tem 8 metros de largura por 4 de altura.
Ingresso R$4,00.
Visitas de terça à sexta das 10 às 16 hrs, nas terças a entrada é gratuita
– Palácio Antonio Lemos – Prefeitura de Belém
O Palacete Azul é a atual sede da prefeitura de Belém e é la que funciona o Museu de arte de Belém, atualmente ele esta sendo reformado e não pode ser visitado, mas possui mais de 1500 obras entre pinturas, esculturas , desenhos, gravuras, mobiliário,…
– Museu de Gemas do Pará- Polo Joalheiro São José Liberto
O antigo presidio de Belém foi todo reformado e hoje abriga um lindo espaço de cultura e arte. Aqui se implantou o polo joalheiro um espaço de lazer e cultura. O prédio foi construído para ser um convento, foi depois um depósito de pólvora, hospital e por fim a cadeia publica.
Já na entrada somos recebidos com uma enorme pedra de quartzo, dizem que é pra limpar a energia do lugar, pois na época de presidio o espaço vivenciou verdadeiras atrocidades.

A gigante pedra de Quartzo

Museu de Gemas
A Capela foi construída com pedra, areia de praia e gordura de peixe.
A Capela dos presos
Durante alguns fins de semana a capela recebe shows de chorinho e musica clássica, veja a agenda no site oficial.
Ao entrarmos no prédio damos de cara com esse oásis. No calor forte da Amazônia essa fonte de água fresca nos dá as boas vindas. Vejam o chão repleto de pedras brutas, assim como os vasos de plantas lotados de gemas.
Do lado esquerdo, aonde eram as antigas celas, agora tem varias lojinhas. As jóias são feitas por designs paraenses, muitas delas representam motivos indígenas (penas, flechas, …) e feitas com pedras da nossa região.

Joalheirias

Lojas de joias

Oficina de joias
Esse espaço é utilizado pra apresentações de shows regionais de danças típicas e teatro., alem de venda de artesanato local.

Espaço de cultura

Ceramica Marajoara

Artesanato em toras de madeira

Artesanato em barro típicos da Ilha do Marajó.
Ainda tem mais museus que coloquei no post anterior e eles ficam no Complexo Feliz Lusitânia.
–Parque Residência
Antiga residência do governador a partir de 1934.

A residencia do Governador

O Orquidário
Passear pelo Parque Residência é muito agradável, o espaço foi aberto ao publico depois de uma reforma que transformou o lugar completamente.
Fontes, estátuas e um lindo e bem cuidado jardim verdinho impressiona, resumindo, um lugar pra relaxar e curtir.
Olha só, eu e o poeta Rui Barata curtindo o visual, ele segurando seu livro Nativo de Câncer e eu posando pra foto.
Caminhando pelos jardins nos deparamos com um lindo e antigo vagão de trem, o vagão da antiga estrada de ferro Belém – Bragança, e que por muitas vezes, o Governador Magalhães Barata foi transportado em suas viagens pelo interior do Estado.
Quase em frente tem um restaurante de comidas típicas que aconselho a irem, o Restô do Parque.
Nos fundos do parque você se depara com uma imensa construção de ferro e vidro. Essa linda estrutura era a antiga companhia de gás do Pará e desde 1997 foi transformada na Estação Gasômetro, um lindo teatro pra 400 pessoas. Vamos entrar?
Lá dentro você percebe a imensa estrutura.
E mais uma surpresa aconteceu, vimos um lindo Cadillac exposto, apresento-lhes o antigo Cadillac do Governador do Pará.
-Estação das Docas
Os galpões foram reformados e transformado em um lugar de cultura e lazer.
Objetos achados nas escavações e no rio, ficam expostos em uma exposição permanente, eles eram de navios que afundaram na orla da cidade.
A exposição fica logo na entrada do galpão de restaurantes.
A Estação das Docas é um lugar extremamente agradável com muitos restaurantes e bares, inclusive lá dentro tem uma cervejaria Regional, AmazonBier, que além de cerveja tradicional, cria sabores de cervejas com frutas regionais, não deixe de provar a de bacuri.
Ah, e sabe esse palco aí da foto? Ele corre através de roldanas de uma ponta a outra do galpão, música ao vivo todos os fins de semana. Senta, pede um chopp , um petisco regional (aconselho o pastel de tacacá, a calabresa regional, a unha de caranguejo) e aproveite.
O lugar também tem várias barracas com artesanatos regionais.
TEATROS
-Teatro da Paz
Construído em 1869 é mais um monumento da época da Belle Epoque Amazônida. O Palácio edificado no áureo tempo da borracha é considerado um dos mais bonitos do pais. O Teatro, originalmente chamado de Teatro Nossa Senhora da Paz teve seu nome diminuindo pelo Bispo da época Dom Macedo Costa, ele achou por bem não atrelar o nome da santa a um lugar de apresentações mundanas e sem representação eclesiástica.
Olhem essa raridade exposta logo na entrada do Teatro, o ainda criança pianista e hoje grande maestro Arthur Moreira Lima.
Os originais cartazes da época.
Na entrada do Teatro vemos todo o luxo e pompa impressas nos mínimos detalhes. As pinturas nos tetos e paredes substituem os papéis de parede usados a época na Europa, os mesmo não se adaptaram bem ao clima quente e úmido da floresta e para substitui-los foi decidido pintar os tetos e paredes imitando o adereço.
Reparem no chão, os mosaicos representando as ondas dos rios da região e ao centro uma representação de uma enorme Vitoria Regia
Os belos lustres de cristal chamam a atenção, na época a luz vinha das velas, posicionadas elegantemente em cada copo de cristal em forma de flor.A riqueza nos detalhes impressionam. As escadas adornadas com faixas em metal decorado com ramos de café, cultura que crescia e concorria com a da borracha.
Respeitável público!! Sejam bem vindos ao Teatro, as frisas, plateia e camarotes dão a ideia da riqueza do Estado naquela época. Reparem em baixo das cadeiras o que parece uma panela de ferro. Vocês tem ideia do que seria isso? O ar condicionado da época, isso mesmo, embaixo desse piso colocava-se gelo para refrescar o ambiente. Alta tecnologia!
A pintura no teto homenageia aos deuses gregos do Teatro.
As placas originais da época em português antigo.
O Salão de Baile impressiona pela beleza e riqueza. Percebam que somente o lustre do centro esta completo, os das extremidades foram destruídos quando o teto do teatro desabou, e o restauraram somente com o que sobrou dos lindos cristais.
Ingresso R$6,00. Quartas entrada gratuita.
Visitação de terça a sexta das 9 as 13 – 14 as 17 hs. Sábados de 9 as 12 hs.
Ufa, e ainda não acabou pessoal, estes só são alguns lugares bacanas e cheios de história pra se conhecer e apreciar em Belém, no próximo post vou escrever sobre as áreas verdes da cidade.
Abaixo tem um vídeo com alguns dos lugares que postei aqui, clica a aproveita.
Um abraço e até o próximo post.
Viviane Oliveira
Youtube: Que viagem
Instagram: @que_viagem
Facebook: @queviagembacana